Percorremos um longo caminho para aceitar que formações internacionais podem competir no mais alto nível do Counter-Strike. Equipes como FaZe e mousesports abriram um caminho pelo qual outras equipes seguiram, com a G2 sendo o exemplo notável mais recente.
Quais são os detalhes específicos que determinam uma formação internacional, por que as organizações buscam ramificações e quais desafios elas precisam enfrentar? Em um ambiente cada vez mais voltado para a internacionalização, quero reservar esse momento para conversar com você.
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A vantagem mais óbvia de quebrar barreiras nacionais ou idiomáticas é que você expande de maneira automática e quase exponencial a lista de jogadores em potencial que poderiam fazer parte da sua equipe. Dessa forma, a quantidade e a qualidade dos candidatos potenciais para uma equipe que busque seu último integrante melhoram instantaneamente no momento em que o time decide se internacionalizar.
Seria ridículo fingir que a necessidade de comunicação em um segundo ou terceiro idioma não prejudica o desempenho.
E vou mais além. Reunir jogadores de diferentes países e tradições também amplia a perspectiva que uma equipe pode ter no Counter-Strike. O melhor exemplo que me vem à mente é o caso dos jogadores Nemanja "nexa" Isaković e Nemanja "huNter-" Kovač sendo contratados pela G2.
É de conhecimento geral que os profissionais de CS:GO de língua francesa nunca foram capazes de jogar o mapa Mirage em um nível aceitável. As coisas estão mudando, mas, na minha época, a maioria das equipes mantinha esse mapa no final da lista e o evitava a todo custo, seja como veto natural ou sexto mapa. Quando nexa e huNter- se juntaram à G2, eles trouxeram consigo seu conhecimento e compreensão do Mirage, permitindo que a G2 aprendesse muito rapidamente a jogar nessa área em um nível adequado.
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Eu mesmo passei por uma experiência internacional reveladora quando ainda jogava CS 1.6. No final da minha carreira nessa versão, mudei da EPS Alpen para a EPS Germany e descobri uma comunicação muito mais ágil e “direta” do que a que usávamos nas equipes de língua francesa das quais participei. Aprendi a me comunicar com eficiência e só consegui fazer isso porque comecei a jogar com jogadores que tinham essa abordagem diferente.
Contra: dificuldades de comunicação
Em geral, a comunicação costuma ser o melhor ponto de partida para determinar os limites de uma formação internacional. Seria ridículo da minha parte fingir que a necessidade de comunicação em um segundo ou terceiro idioma não prejudica o desempenho de equipes que jogam em nível superior.
Eu poderia dizer que só é possível sentir verdadeiramente as limitações impostas pela comunicação em situações extremas. No nível mais alto, o Counter-Strike é um jogo de detalhes tão mínimos que um ou dois segundos podem ser a diferença entre ganhar ou perder de 16:14. Os dois elementos de que você precisa para atrapalhar a comunicação de uma formação internacional são pressão e surpresa.
Nessas circunstâncias, quando algo não sai de acordo com o planejado ou quando um oponente aparece em uma posição incomum ou surpreende alguém, os jogadores ficarão procurando a palavra certa, exigindo um esforço extra que pode demorar o infame segundo adicional que pode acabar com um jogo.
No entanto, quero deixar claro que a comunicação em um segundo idioma também tem suas vantagens. Devido ao vocabulário mais limitado disponível, as equipes geralmente desenvolvem uma comunicação mais limpa, com menos interferência de discussões e reclamações desnecessárias.
Pelo menos, essa foi minha experiência quando joguei em times internacionais. Costumávamos ir direto ao ponto, sem "encher linguiça" com reclamações e comentários não construtivos.
A criação de laços com companheiros de equipe
Finalmente, um dos desafios mais absurdamente subestimados que as escalações internacionais enfrentam é a qualidade dos laços entre os jogadores. Eu acredito (e isso pode ser discutido) que uma formação com laços fortes entre os jogadores se torna mais do que a soma de suas partes.
Durante minha carreira no CS 1.6, mudei para uma nova região e descobri uma comunicação muito mais simplificada e “direta” do que a que usávamos nas equipes de língua francesa das quais tinha participado.
Sentir-se comprometido com um grupo de pessoas e fazer parte de algo maior do que você mesmo pode ser um fator determinante para que um jogador queira dar aquele esforço extra que fará a diferença em longo prazo. A criação dessa entidade psicológica que é “a equipe” acontece não só dentro do servidor, mas também fora dele.
Ela acontece antes do início dos treinos e depois que eles terminam, quando as pessoas ainda estão usando os canais de comunicação. Ela acontece durante uma viagem para um campeonato, no jantar na véspera de um evento oficial ou no tempo livre que passamos juntos nos dias de folga. Nesses momentos, não falar sua língua materna pode ser um obstáculo para que você realmente consiga se conectar com outras pessoas.
Especificamente, quando as equipes têm “panelinhas” de pessoas que falam a mesma língua nativamente, existe o risco de os jogadores recorrerem ao idioma mais confortável e deixarem o resto do grupo de fora. As pessoas não fazem isso porque querem ativamente se isolar do resto da equipe, mas porque nosso cérebro está acostumado a fazer o que exige o mínimo de esforço e falar sua língua materna não exige nenhum.
Nesse sentido, incentivo os responsáveis pelo gerenciamento da equipe a serem rigorosos quanto a misturar os jogadores, seja em quartos de hotel, ao sentar-se à mesa em restaurantes ou quaisquer outras atividades que possam realizar. Manter o inglês como idioma de comunicação pode até ser adotado como um esforço consciente individual, a fim de “fazer parte do grupo” e nutrir a entidade em que ele está se tornando.